SOBRE SER MARKETEIRO
Eventualmente sou chamado de marketeiro (de uma forma
pejorativa) e isso me levou a compartilhar estas reflexões.
Provavelmente sou chamado de marketeiro – como se isso
fosse feio ou errado - porque tenho sites, blogs, escrevo, faço vídeos, tenho
canal no YouTube, edito livros, gravo CDs, e estou muito presente nas redes
sociais.
A palavra marketeiro ganhou esta conotação depreciativa
em função dos marketeiros das campanhas eleitorais.
Mas a rigor, marketeiro é quem faz marketing, ou seja,
propaganda e divulgação de alguma coisa ou de alguém.
E na nossa sociedade ainda vigora a máxima que “a
propaganda é a alma do negócio”.
Não acho que seja a “alma”, mas eu diria que é um dos principais
motores que alavancam um negócio ou uma carreira.
Em uma primeira análise sobre o peso negativo que dão ao
termo, eu vejo que há dentro disso algumas confusões feitas pela nossa cultura,
ou mais propriamente pela religião vigente na nossa cultura, que, entre outras
coisas, misturaram o conceito de auto valor com o de vaidade.
E também uma certa herança hippie e de esquerda que
confunde a prosperidade material com riqueza burguesa e capitalista, e que
consequentemente confunde também simplicidade com pobreza.
Vender bem – e honestamente - sua imagem ou seu produto
está longe de ser vaidade.
Vaidade é quando se começa a competir, a querer ser
melhor, e esta com certeza é a semente do capitalismo selvagem.
Vender-se bem e cobrar sem pudores e constrangimentos
pelo seu trabalho, não é necessariamente vaidade ou doença capitalista. É antes
de mais nada, auto valor (e consequentemente demonstrativo de eficiência e de competência).
É o valor que você deve dar a sua inteligência, ao seu
esforço, ao tempo, neurônios e dinheiro que gastou para conquistar seu saber e
seu espaço, em suma, é o valor que você dá ao seu trabalho e ao produto oriundo
dele.
Isso que dizer que se você tem pudor em cobrar pelo seu
trabalho e tem pudor de divulga-lo bem é porque seu auto valor deve estar
baixo.
Numa época em que se pode fazer um bom marketing gratuito
– através de sites, blogs, maillists, redes sociais, canais de video – e um bom
marketing pago – folders, flyers, cartazes, anúncios na mídia - tudo o que se
precisa é de estratégia e planejamento, e claro, auto valor para poder colocar
o motor do seu marketing para funcionar.
Quando se entende que no Universo só funciona a “lei do
ganha-ganha” (ao contrário do capitalismo que se constrói no “ganha-perde”),
não é preciso mais se preocupar com concorrência nem com investir em
competição, pois neste Universo todos sempre ganham. Mesmo quando perdem.
Então, terapeutas e demais profissionais autônomos,
percam a vergonha cultural e religiosa, deixem os invejosos falarem (pois é a
inveja que os move a te criticar) e faça um bom marketing do seu trabalho e da
sua pessoa.
Venda seu produto e sua imagem sem medo de parecer egóico
ou vaidoso.
Sua honestidade e sua ética são a salvaguarda contra estas
armadilhas.
Você é a alma do seu negócio e a propaganda é o motor que
o impulsiona.
ERNANI FORNARI
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